Desde que o Twitter foi comprado por Elon Musk, em outubro de 2022, muitas atitudes do novo CEO têm sido criticadas e muitos usuários buscam uma nova rede social em tempo real.
Inclusive, poucos dias após a aquisição do bilionário, uma rede social chamada Koo App viralizou entre os usuários brasileiros como um “substituto” para a rede do passarinho. No entanto, o “boom” da rede social indiana foi repentino e logo os usuários retornaram ao Twitter.
Mas, agora, a rede social que promete “matar o Twitter” foi cofundada pelo ex-CEO do Twitter, Jack Dorsey. Confira os detalhes sobre a Bluesky:
O que é a Bluesky?
A nova rede social de Jack Dorsey, chamada Bluesky, é uma alternativa aos usuários do Twitter que buscam por um espaço para compartilhar ideias e pensamentos, mas que não estão de acordo com os novos princípios de Musk. Conforme descrito no site oficial da rede social:
“A Bluesky está construindo um protocolo que pode fazer as redes sociais funcionarem mais como e-mail, blogs ou números de telefone – os sistemas abertos que impulsionam o resto de nossas vidas online.”
É possível observar pelas imagens divulgadas no lançamento da versão beta do aplicativo, em fevereiro deste ano, que a interface da rede social é muito semelhante à do Twitter, incluindo comentários, curtidas, retuítes e perfis. Isso acontece porque o projeto teve início quando Dorsey ainda era CEO do Twitter, em 2019.
Segundo o site oficial da plataforma, o objetivo principal é desenvolver um padrão aberto e descentralizado para mídia social:
“Jack escolheu Jay para liderar o Bluesky , e o Twitter pagou a receita dos serviços da Bluesky para construir um protocolo social aberto para conversas públicas do qual algum dia poderia se tornar um cliente. A Bluesky é uma empresa independente desde sua formação em 2021.”
No entanto, após a aquisição de Musk, o Twitter optou por rescindir o contrato de serviço com a Bluesky, que permaneceu em desenvolvimento com a criação da Bluesky PBLLC.
Como funciona a Bluesky?
A plataforma é baseada em uma abordagem federada e descentralizada, utilizando o Authenticated Transfer Protocol (AT) para isso. Embora essa estratégia tenha sido criticada por alguns no movimento de descentralização, a ideia é que a Bluesky ofereça mais controle aos usuários em relação a algoritmos, moderação e experiência (UX), se tornando uma alternativa melhor que o Twitter.
Twitter is funding a small independent team of up to five open source architects, engineers, and designers to develop an open and decentralized standard for social media. The goal is for Twitter to ultimately be a client of this standard. 🧵
— jack (@jack) December 11, 2019
A verdade é que, hoje, não existe outra rede social como o Twitter, que ofereça um feed atualizado em tempo real com as atualizações de algumas das pessoas mais influentes do planeta. O aplicativo reúne as opiniões de jornalistas de alto nível, notícias de última hora e os pensamentos dos usuários que você segue, de forma organizada e simples.
Mas, a proposta da Bluesky é que, com a ajuda de vários ex-funcionários do Twitter trabalhando na plataforma, ela possa oferecer uma alternativa melhor, com base em lições anteriores.
O que é o protocolo AT?
A Bluesky permite que os usuários criem postagens com textos e imagens, tal qual o Twitter, mas o seu grande diferencial é o protocolo AT. Com ele, os usuários têm mais facilidade para criar suas contas, por meio de uma “portabilidade”.
Basicamente, o protocolo AT funciona como uma estrutura de código aberto para a construção de aplicativos sociais, dando mais transparência às pessoas sobre como as redes estão sendo construídas.
Segundo a Bluesky:
“Ele cria um formato padrão para a identidade do usuário, seguidores e dados em aplicativos sociais, permitindo que os aplicativos inter-operem e os usuários se movam livremente entre eles. É uma rede federada com portabilidade de contas.”
Conforme exemplificado pela rede social, criar contas em redes sociais é como chegar a uma nova cidade – você se muda, faz amigos e constrói uma casa – no entanto, ao sair dessa rede e começar uma nova, toda a sua “vida” fica naquele espaço.
Ou seja, todos os dados e informações são mantidas naquela rede social e/ou apagadas quando você deixa a plataforma. O objetivo do protocolo AT essencialmente é permitir que as pessoas se movam entre as redes sociais, com todos os seus dados.
“Esse recurso de ‘portabilidade de conta’ é uma das diferenças mais importantes entre os aplicativos criados no protocolo AT e outros sites, mas também estamos trabalhando na escolha algorítmica e na moderação combinável , sobre os quais você pode ler mais nas postagens de blog vinculadas.”
Bluesky é o novo Mastodon?
Uma rede social muito semelhante a Bluesky é o Mastodon, uma rede social federada, distribuída, descentralizada e interligada de servidores operados de maneira independente.
Ela também possui um recurso de microblogs, semelhante ao Twitter, mas com o diferencial de ser uma plataforma descentralizada – algo que está sendo testado pela Bluesky. A experiência do Mastodon, no entanto, mostrou que a descentralização pode não ser totalmente intuitiva para os usuários, e muitos preferem uma abordagem básica plug-and-play para redes sociais.
Embora ainda não tenha alcançado esse estágio, a Bluesky está se aproximando cada vez mais dele e, com a experiência do Twitter e do Mastodon disponíveis como base, é possível que a ela seja o primeiro passo para a próxima grande rede social semelhante ao Twitter – tal como o Facebook foi a rede social semelhante ao Orkut e revolucionou o mercado na época.
A Popularidade do Bluesky pode estar sendo resultado do próprio Twitter?
Recentemente, apesar de ainda estar na versão beta e, por enquanto, só aceitar usuários por meio de convite, a Bluesky chegou ao oitavo aplicativo mais baixado na categoria de redes sociais no final de abril, segundo dados da data.ai.
O novo aplicativo também oferece uma diversidade de opções para controle de conteúdo, que podem ser um diferencial interessante para expandir a base de usuários, visto que as pessoas terão mais autonomia para “filtrar” o que querem ver.
No entanto, apesar da variedade de recursos, especialistas acreditam que o que pode estar aumentando a popularidade da rede concorrente pode ser o próprio Twitter. Os usuários da rede social de Musk parecem, em sua maioria, cada vez mais incomodados com a quantidade de mudanças aplicadas pelo CEO, que vem causando uma instabilidade da interface com mudanças que aparecem e desaparecem rapidamente.
Alguns anunciantes, inclusive, cortaram recursos de publicidade na rede recentemente e nem todos pretendem voltar. Por conta dessas mudanças e da instabilidade do aplicativo, uma nova rede social com a interface semelhante pode atrair a atenção dos criadores de conteúdo e, consequentemente, de suas legiões de fãs.
O Twitter, no entanto, não demonstra preocupação
Mesmo com a crescente popularidade de uma nova rede social, o Twitter não parece preocupado. Afinal, mesmo quando o Koo App e outras redes sociais ganharam destaque no passado, a rede social de Musk não teve grandes perdas.
Muito pelo contrário, em março deste ano, o bilionário comunicou por meio de um tweet que a rede social havia atingido “8 bilhões de minutos de usuários por dia”, mostrando que apesar das críticas, a rede continua mantendo seus usuários ativos.
No entanto, como dito anteriormente, não existe outra rede social como o Twitter no cenário atual. Mesmo com o potencial da Bluesky, a rede ainda não possui recursos suficientes para atingir o alcance do Twitter.
Quem tem acesso ao Bluesky?
Por enquanto, o objetivo de Jack Dorsey é que a rede social cresça organicamente – o que está dando certo – por isso, os novos integrantes precisam de convite para acessar a rede.
“A longo prazo, vemos esse sistema de código de convite como uma parte da ferramenta de código aberto que estamos construindo para ajudar os administradores de servidor (pessoas que executam serviços) a ajudar a selecionar e moderar suas comunidades.”
No entanto, já é possível se inscrever para fazer parte da lista de espera do aplicativo, basta clicar aqui e inserir o endereço de e-mail com o qual pretende iniciar a conta.