Redes Sociais

O Facebook, o Instagram e o Domínio

Por Ique Muniz

Todo mundo comentou, repercutiu e deu pitacos sobre a grande notícia desta semana: o Facebook comprou o Instagram, famoso aplicativo de fotos para celulares, pela bagatela de 1 bilhão de dólares. Tá, mas e aí? Qual foi a grande intenção de Zuckerberg em adquirir a empresa que tornou o Instagram um dos apps mais vendidos e baixados no mundo? Reunimos nesta "reportagem" algumas opiniões externas e divagamos um pouco sobre o que pode acontecer agora.

Ique Muniz

Zuckerberg e a manobra do Instagram

Olá, amigos!

Gostaria de voltar à minha coluna semanal do Facebook abordando um tópico um pouco diferente. Todo mundo acompanhou a “bomba factual” que foi a compra do Instagram por parte da nossa querida rede social, pela bagatela de US$ 1 bilhão.

Partindo desta notícia e das movimentações recentes, decidi elaborar mais uma reportagem do que um texto ensinando ou noticiando a novidade. Para tanto, segui páginas e pessoas que acompanharam o caso e até lançaram suas opiniões. Com base em suas referências, montei a coluna da semana para colaborar no entendimento e opinião de vocês.

A Compra

Com 17 meses de vida, a empresa que lançou um dos aplicativos mais famosos da Apple Store explodiu em termos de valorização com a negociação. O Instagram estava com um preço “fixado” em cerca de US$ 550 milhões, mas o Facebook arrebatou, no dia 9 de abril, pelo dobro. A notícia foi confirmada em diversos portais e sites, inclusive no blog oficial do app.

Mas qual o motivo?

Mr. Zuckerberg fez aquele discurso social de praxe, comemorando a parceria com o Instagram: “Por anos, nós focamos em criar a melhor experiência no compartilhamento de fotos com amigos e família. Agora, poderemos trabalhar ainda mais de perto com o time do Instagram para também oferecer as melhores experiências em compartilhar belas fotos no celular com as pessoas, baseados nos seus interesses”.

O fato é que Mark e seu Facebook se aproveitaram de uma onda crescente há algum tempo. Abocanharam, talvez, o mais popular aplicativo de fotos do mundo mobile e, em se tratando de penetração neste mercado móvel, Zuckerberg sabe que precisa ganhar terreno, já que o Facebook ainda está engatinhando por lá.

O Instagram conquistou, em seu período de vida, cerca de 30 milhões de usuários apenas no sistema iOS. No primeiro dia do lançamento para Android, mais de 1 milhão de pessoas instalaram o aplicativo. Dias após a chegada, esse número já deve ter crescido absurdamente.

“Este é um importante marco para o Facebook porque é a primeira vez que adquirimos um produto e uma empresa com tantos usuários”, completou Zuckerberg, que garantiu: “nós não planejamos fazer muito mais disso (comprar uma empresa por tanto dinheiro), se houver alguma”.

Adição ou “Atropelamento”?

Mark comemora o fato de trabalhar junto com um novo time. Comemora a união das duas marcas para o bem de todos. Mas será que é por aí? Dois artigos matadores chamam a atenção para um lado extremamente importante e que faz total sentido: o Facebook temia o Instagram e, por isso, abocanhou a concorrência e não “adicionou um parceiro”.

Emily Price, no Mashable, traz um cenário expandido e bate nesta tecla de compra de concorrente. Ela diz que “para o Facebook, estar no jogo do mobile significa ser um dos apps que você usa no seu celular com mais frequência. Portanto, enquanto para o Instagram foi um grande ganho para a empresa, a grande vitória do Facebook é a equipe que foi adquirida na compra”.

Mas talvez ninguém tenha sido tão crítico e preciso quanto Om Malik. Em seu blog, o GigaOM, o autor traduz a frase de Mark Zuckerberg citada no tópico acima de uma maneira bem pesada:

O Facebook estava se borrando de medo e sabia que, pela primeira vez na sua vida, tinha um competidor que podia não só comer seu almoço, mas também destruir seus planos futuros. Por que? Porque o Facebook é essencialmente sobre fotos e o Instagram achou e atacou seu calcanhar de aquiles: o compartilhamento de fotos em mobile.

Malik vai mais adiante na sua análise e crítica mais uma vez o fato do Facebook não ser uma plataforma de mobile confiável e eficiente. Para ele, esse é o grande ponto e, de quebra, ainda analisa que o sentimento criado pela vinda do Instagram aos celulares motivou ainda mais essa movimentação financeira.

Analisem por um instante: o Instagram tem um apelo muito forte pelo lado sentimental, do usuário, justamente por conta dessa facilidade em compartilhar belas fotos, com ou sem os populares filtros. Por outro lado, o Facebook não possui tanto apelo sentimental, apesar da grande popularidade como rede social.

As pessoas gostam do Facebook, as pessoas usam o Facebook, mas as pessoas amam o Instagram. O Facebook tem uma ausência de alma, enquanto o Instagram é todo alma e emoção”, finaliza.

Opiniões, opiniões

Além de noticiar o fato da compra do Instagram pelo Facebook, diversos sites especializados e portais de notícia foram além e trouxeram análises sobre a movimentação.

Obviamente as opiniões divergem bastante e, se você quiser acompanhar os pontos de vista, trago abaixo uma lista de bons artigos falando sobre o tema:

CBS News – Facebook buys Instagram… But for what?

Guardian – Instagram and Facebook. Another tech bubble

Forbes – Instagram acquisition affirms Facebook is a bad investment

MacWorld – What Facebook’s purchase means for Instagram

Social Media Today – What Facebook really acquired from Instagram

Ricq – What Facebook’s Instagram purchase means for marketers

WebPro News – Facebook and Instagram represent an important shift in social marketing strategy

Mas e o seu uso?

O que pouco se falou, ainda, é como o Facebook vai explorar a sua nova aquisição. Muita gente já apareceu nas redes sociais com idéias como “filtros extras pagos, para gerar um lucro” ou “plano premium”, etc.

Conversando com o Fábio Ricotta na hora da elaboração deste texto, levantamos a possibilidade do Facebook tentar capitalizar em cima das imagens e da plataforma, descobrindo alguma maneira de inserir anúncios no meio do aplicativo. É uma possibilidade.

Não acreditamos, porém, que o Instagram perderá sua característica e seu visual simples. Navegar por ele, postar, curtir e comentar fotos deve continuar sendo uma tarefa bem fácil, na maneira que fez o app se tornar o sucesso que é hoje.

Outra possibilidade é o Facebook desenvolver uma aplicação dentro de sua rede social, fazendo com que visualizemos nossas contas do Instagram, as pessoas que seguimos e as fotos. Como se tivéssemos um Instagram dentro do Facebook, em versão ampliada a do mobile. (vide o app Instapad para iPad, é um modelo exemplo)

De concreto mesmo, nada. O jeito é esperar.

Para concluir, um pensamento interessante: Os usuários tornaram o Instagram o que ele é hoje, deram ao aplicativo essa popularidade e destaque. O Facebook, portanto, não comprou uma empresa. Adquiriu, sim, uma equipe competente tecnicamente e uma base de usuários fiel, que só cresce.

Malandro, esse Mark Zuckerberg…

E você?

E você? O que achou desta manobra do Facebook?

Acredita que o Instagram vai se complicar como um aplicativo, agora nas mãos do poderoso Mark?

Foi mesmo um “abocanhamento” de um competidor perigoso?

Deixe nos comentários a sua visão sobre tudo isso!

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Comentários
  1. Avatar

    Depois que o Instagram foi liberado na plataforma Android, o número de pessoas que aderiram ao Instagram aumentou muito. Acredito que o Facebook se antecipou e comprou o Instagram antes que o Google o fizesse.

    • Avatar

      Concordo plenamente. Ele comprou antes que o Google o fizesse.

  2. Avatar

    Gostei da leitura!

    O próprio Facebook sabe que foto engaja mais que texto. Sempre disseram e é o que há nas pesquisas: foto é muito mais importante que texto. Fotos recebem muito mais interatividade.

    Sean Parker sabe disso e Mark, agora, também. O eterno consultor do Zuckerberg deve ter dado o seu pitaco nessa também!

    Abraço!

    Felipe.

  3. Avatar

    Eu penso mesmo é que foi um “abocanhamento” , não diria de um competidor perigoso, mas de um empreendedor sagaz e que enxerga alguns anos na frente. Safadinho esse Mark, hein?

    Parabéns pelo Artigo Ique!

  4. Avatar

    Sem duvida tudo isso faz muito sentido, principalmente que o instagram esta sendo mais usado nos celulares de quem tem o App do que o proprio App do Facebook. (Quem usa sabe do que estou falando). O fato é que acompanho a muito tempo o Instagram e lembro quando um dos fundadores do App foi ao programa do empresario Roberto Justos falar sobre a empresa, e por maior o grau de inteligencia dele, ele ainda não tinha plano de lucratividade (isso te lembra algo? O Facebook também nasceu assim) isso foi a poucos meses e a empresa valia na época 7 Milhões.
    O fato é: Sim Mark Zuckerberg realmente atropelou e vai se dar muito bem, porem o Instagram foi criado para ser vendido, seja para outra empresa ou para socios investidores, pois não gerou lucratividade nenhuma, diferentemente disso trabalhou em cima da valorização da marca que por sinal foi um excelente trabalho, eles podiam escolher em trabalhar para começar a lucrar ou manter o app original e trabalhar sua valorização.
    Obs: O aplicativo uma hora iria chegar a valer mais de 1 Bilhão, porem levaria tempo, então em uma negociação deste porte vejo uma negociação ganha/ganha, onde poupou tempo e trabalho do Instagram em valorizar-se e ganhou tempo e trabalho do Facebook em cima de concorrentes sobre a compra do instagram.

  5. Avatar

    Eu sempre achei o Mark Zuckerberg meio louco e com uma cabeça difícil de se entender, pra mim ele é o mestre do imprevisível.

    Pode demorar um certo tempo, mas o Instagram vai começar a adquirir características de seu novo dono e acho que antes de tudo, representou uma ameaça…

    Parabéns pelo post Ique e Ricotta !!

  6. Avatar

    O Facebook realmente abocanhou um concorrente! Isto fica claro se você pensar que o Facebook quer fechar a navegação do usuário em apenas um lugar, ele mesmo! Quanto mais tempo e mais usuário no Facebook, maior seu lucro!

    Já há sinais do Facebook criar, ou aprimorar sua ferramenta de busca. E ele vai fazer isso, e será melhor que o Google, se o Google+ não der certo!

    Arrisco ainda que em breve o Facebook deve comprar (talvez o Vimeo) ou lançar uma plataforma de vídeos!

  7. Avatar

    Tenho quase certeza que a compra já estava nos planos do Google, e creio que Mark se antecipou mais ainda prevendo a perda do Instagram pro concorrente!

  8. Avatar

    Eu acredito que integrar o Instagram ao Facebook criando um aplicativo que exibe no facebook as suas fotos do Instagram é uma visão que faz bastante sentido e que deve acontecer em breve, outra questão é que eles precisam unificar os perfis do Instagram e do Facebook, algo parecido com o que aconteceu com o Youtube quando foi comprado pelo Google, você tem um canal no Youtube mas o perfil no Google é único.

    Acho que eles deveriam melhorar a listagem de fotos populares que hoje é bastante simplificada para sugerir melhor perfis para seguir e fotos interessantes.

    Espero que não modifiquem muito o aplicativo mobile inserindo anúncios, opções de curtir e etc. Eu acho que um dos motivos principais do Instagram fazer sucesso é ser rápido e fácil de usar.

    Acho que a compra do Instagram foi uma boa manobra mesmo que eles (Facebook) não saibam o que fazer com o aplicativo, eles adquiriram uma base de usuários interessados em produzir conteúdo que não para de crescer o que é bastante útil, se o Facebook não comprasse, o Google ia acabar comprando.

  9. Avatar

    Com certeza o Facebook estava com medo do Instagram, é muito mais difícil entrar no mundo mobile com algum produto que faça sucesso, depois o Instagram poderia ir remodelando e dando algumas formas com características parecidas com as do Facebook sem perder a sua essência.
    Quando olhar e não ver mais saída, fique atento que é o momento de grandes ideias aparecerem, Apple!

  10. Avatar

    Concordo plenamente com o que foi levantado nesse post. O Instagram estava se tornando muito forte e com a facilidade de se postar fotos atualmente com os smartphones, poderia atrapalhar e muito os planos do Facebook.

    O preço se justifica pelo potencial de crescimento e o número de usuários.

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