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Troca de Domínios e Redirecionamentos – Alternativas de Estratégias

Por Frank Marcel

Eventualmente, todo profissional acaba esbarrando com a necessidade de enfrentar um desafio delicado: a troca de domínios para um site (ou mesmo a troca de URLs, dentro do mesmo site - URLs amigáveis). Como garantir que todo o esforço já realizado não seja perdido? A resposta óbvia é o redirecionamento 301, sim, mas e quando ele não é possível? Seja por qual razão for. Como minimizar efeitos negativos quando é preciso fazer a troca de domínios? Neste artigo, além do processo geral, explico alternativas de estratégias ao redirecionamento 301, além de abordar o próprio redirecionamento 301.

Frank Marcel

{+}Ao longo de nossa história com a Consultoria de SEO, a Área de Assinantes e até mesmo o Curso de SEO, uma situação recorrente entre clientes e alunos é a necessidade de fazer alterações como a troca de domínios ou troca de URLs – momentos em que o webmaster decide trocar a forma como entrega conteúdo aos visitantes (e ao Google), seja com a troca de URLs simplesmente, ou a troca completa de domínios.

Os diferentes cenários de cada situação requisitam estratégias diferentes para se fazer uma troca suave entre URLs ou domínios, para que ocorra o menor impacto negativo possível nos resultados de pesquisa. Entre as restrições diferentes, é possível formar 2 grupos gerais:

  • Impedimentos relacionados a tecnologia (impossível utilizar redirecionamento 301 ou alterar códigos, etc.)
  • Impedimentos comerciais (haja visto o caso do Superdownloads)

Neste artigo, vou apresentar estratégias para se contornar estes tipos de problemas e minimizar efeitos negativos, mas, antes, é interessante relembrar os conceitos dos códigos de redirecionamento e da canonical tag (sem esquecer que a canonical tag funciona entre domínios também). Se você está seguro dos seus conhecimentos sobre esses assuntos, vá direto para as Estratégias para Redirecionamento de Domínios (ou URLs).

Códigos de Redirecionamento

Os códigos de redirecionamento servem para fazer para o usuário a troca automática de URLs quando os conteúdos mudam de endereço. Por exemplo, se antes eu tinha informações somente sobre o redirecionamento 301 em uma página (/codigo-redirecionamento-301), mas resolvi expandir esse conteúdo para ter diversos códigos de resposta HTTP e coloquei em uma nova URL (/codigos-resposta-http), então é inteligente e útil que se alguém tentar acessar a URL antiga, que meu servidor responda com a nova URL.

Redirecionamento 301

Como o Google também é “alguém” que pode requisitar minha URL antiga, é mais do que necessário que o servidor responda com a nova. Assim, os códigos de redirecionamento se fazem úteis e os dois principais códigos de resposta HTTP sobre redirecionamento são o 301 e o 302. Eles possuem algumas diferenças e adianto já que o 301 é o mais útil nesse caso.

Tabela de Redirecionamento

Como ambos realizam o redirecionamento do usuário para a nova URL, obviamente, a principal vantagem do 301 está no segundo item comparativo da tabela acima: a transferência de link juice, ou seja, o Google entende que a URL nova está no ar para substituir a antiga e faz sentido que a nova seja considerada tão relevante quanto a antiga.

Canonical Link Element

A canonical tag, ou canonical link element, foi proposta por parte das Search Engines em um esforço conjunto para tentar facilitar que webmasters evitassem problemas de conteúdo duplicado, seja por problemas na plataforma do site ou outras questões. O que a canonical tag faz é indicar para Search Engines que um determinado conteúdo está disponível em outra URL, que essa outra URL é a versão original.

Canonical Tag

Tal como o redirecionamento 301 que pode ser usado para resolver conteúdo duplicado, a canonical tag também possibilitou que webmasters sem conhecimento técnico suficiente (ou com outros problemas) para tratar códigos de redirecionamento HTTP, conseguissem resolver a duplicação de conteúdo de forma mais simples, pois quando uma Search Engine encontra a indicação da canonical tag, se ela entende que as duas páginas envolvidas são “a mesma,” ela atribui a relevância da versão duplicada para a original, reproduzindo o efeito de um redirecionamento 301.

Estratégias para Redirecionamento de Domínios (ou URLs)

O processo geral para troca de domínios é o mesmo:

  1. Criar a nova estrutura de URLs
  2. Certificar de que ela não possui falhas
  3. Criar um sitemap.xml com as novas URLs
  4. Alterar o sitemap.xml de URLs antigas (detalhes no artigo Sitemap.XML e Reescrita de URLs)
  5. Configurar o redirecionamento ponto-a-ponto de URLs
  6. Cadastrar Sitemaps XML novo e antigo (alterado) no Google Webmasters Tools

Para aumentar o nível de segurança de que nada saia errado, recomendo também fazer um processo seriado: ao invés de fazer a troca de todo o conteúdo do site de uma vez, é mais seguro segmentar e fazer testes iniciais com pequenas porções do site antes de efetivar a troca completa.

Da lista anterior, o ponto 5 é o mais crucial: o redirecionamento ponto-a-ponto de conteúdos. Neste momento é que surgem os maiores impasses e de onde podem vir os problemas com o redirecionamento de URLs. Antes de partir para esta ação, deve-se inclusive fazer a verificação de redirecionamentos anteriores.

Voltando ao primeiro exemplo, sobre a minha página /redirecionamento-301, digamos que antes dela, existiu uma página definida somente como /redirecionamento, que foi redirecionada para /redirecionamento-301. O mais correto a ser feito é a troca desse redirecionamento, fazendo com que uma requisição da URL /redirecionamento leve o usuário para /codigos-resposta-http diretamente, sem redirecionamentos intermediários.

Redirecionamentos múltiplos

Assim, faz-se obrigatória a revisão de redirecionamentos mais antigos – O robô de buscas do Google não segue redirecionamentos indefinidamente, ele desiste após 3 redirecionamentos. O melhor é não ter mais do que 1 redirecionamento na tentativa de acessar uma URL.

A troca de URLs, na prática, conta com diversas alternativas, mas nem todas são igualmente eficientes. A seguir, algumas formas para dizer ao Google que você está de mudança e para que ele não fique perdido.

Redirecionamento 301

Naturalmente, a melhor forma de fazer a troca de domínios, no quesito redirecionamento ponto-a-ponto, é utilizando o código 301 de resposta HTTP, para que a relevância das URLs antigas seja levada a cada nova URL respectivamente. Essa é a maneira mais eficiente de reduzir impactos em rankings e experiência do visitante do seu site também, afinal, ele chegará ao novo conteúdo.

Infelizmente, nem sempre é possível configurar o redirecionamento 301 propriamente, como é o caso de blogs do Blogger/Blogspot, ou mesmo em casos como o do SuperDownloads citado anteriormente. Mas isso não significa o fim do mundo, existem alternativas, infelizmente, não tão eficientes, mas que tem efeitos bem positivos.

Troca de Domínio via Google Webmasters Tools

Quando se fala em troca de domínios, esta é uma opção obrigatória independente da maneira como você fará os redirecionamentos (e até se não puder fazer o redirecionamento 301 propriamente dito). Ela possui algumas restrições, mas no caso geral o processo é bem simples de se executar.

O impedimento é que esta troca não é permitida a nível de subdomínio, ou seja, não é possível notificar a troca de subdomínios via Google Webmasters Tools (GWT), apenas domínios principais (root domains), ou seja, não consigo nofiticar uma troca de frankmarcel.blogspot.com para frankmarcel.com. Mas é possível notificar a troca de frankmarcel.com para frankseo.com.

Impedimento a parte, a troca de domínios no GWT é simples. O primeiro passo é ter ambos sites (novo e antigo) validados na ferramenta. Depois, basta acessar o item “Change of address” no menu da sidebar e escolher o novo domínio no respectivo drop-down.

Troca de Endereços - GWT

Atenção! Esta medida é puramente complementar as outras maneiras. Efetivamente, este é o meio mais fraco de indicar ao Google a troca de domínios, mas se não há mais nada que possa ser feito, ao menos essa notificação é um começo. No outro lado da história, independente da maneira escolhida para realizar a troca de URLs (redirecionamento 301, 302, etc), este é um passo complementar que vale a pena executar.

Alteração de Conteúdo, Link e Meta-refresh

Alguns anos atrás, quando eu fiz a troca de domínios do meu blog pessoal, levando todo o conteúdo do frankmarcel.blogspot.com para o frankmarcel.com, eu me deparei justamente com o caso onde não seria possível fazer o redirecionamento 301, ou a troca de domínios no GWT, nem sequer o redirecionamento 302. Estive (quase) totalmente bloqueado.

Na época, a melhor solução existente era o Meta-refresh: uma forma de fazer uma página carregar uma nova URL para o usuário, ou seja, quando uma pessoa tentasse acessar um post do meu antigo blog, ela, sim, receberia o conteúdo, mas em pouquíssimo tempo era redirecionada para o novo domínio.

<meta content='0;URL=http://www.novosite.com/post1' http-equiv='refresh'/>

No atributo “content” está determinado o tempo de espera até ser carregada a nova URL indicada após o ponto-e-vírgula: “esperar 0 segundos e carregar a URL indicada.”

Questão solucionada para usuários, mas o Google não identificava essa troca, então eu precisava de um complemento. Como eu já sabia deste problema do Meta-refresh, ele ficou como último passo do processo, antes eu tomei outras ações.

Conteúdo Duplicado

Como o primeiro passo foi colocar todo o conteúdo do blog antigo no blog novo, consequentemente eu criei um site alimentado basicamente de conteúdo duplicado, o que é um problema. Já que o objetivo era fazer o Google entender que havia um site novo que deveria ser considerado no lugar do antigo, eu passei a alterar os conteúdos, resumindo as informações e finalizando com um link para o post no novo site.

Alteração de conteúdo

Com as devidas alterações prontas, aí sim configurei o Meta-refresh para usuários. Para fechar, após notar que o site novo começou ganhar rankings do site antigo, mas ainda faltaram alguns poucos artigos, o último passo foi utilizar a meta tag robots com valor noindex, assim o Google passou a remover, de fato, o site antigo do seu índice e os artigos restantes substituíram os antigos.

Resumo

  1. Transferir conteúdo para novo site
  2. Alterar conteúdo no site antigo e colocar link para o respectivo conteúdo no site novo
  3. Usar meta-refresh para usuários
  4. Usar meta noindex para desindexar site antigo
  5. Validar a troca no GWT

No meu caso, não foi possível validar a troca no GWT, mas sempre que houver a possibilidade, vale a pena fazê-lo.

Cross-Domain Canonical Tag

Em dezembro de 2009, a canonical tag passou pela evolução final aos olhos do Google: a partir daquele momento, seria possível indicar a versão original de um conteúdo através do canonical link element, mesmo que a URL indicada fosse em um domínio diferente. Assim sendo, está aberta a oportunidade para mais uma forma de realizar a troca de URLs ou domínios.

<link rel="canonical" href="http://www.novodominio.com/conteudo">

Cross Domain Canonical Tag

Tal como em todas as alternativas anteriores, o processo deve ser gradual e controlado: comece por duplicar o conteúdo e incluir a canonical tag em somente uma porção do site; acompanhe dia-a-dia para ter certeza de que o Google está considerando a sugestão de URLs válidas. Amplie o volume de páginas e complemente com as outras estratégias sistematicamente: sitemaps XML, meta noindex (se for o caso) e finalmente a validação da troca no GWT.

Quantos mais elementos puderem ser realizados, mais segura fica a troca de domínios.

Troca de Domínios – Resumo e Observações

Sempre que estiver a realizar uma alteração dessa magnitude em seu website, procure adquirir o máximo de conhecimento de problemas e soluções. Erros de redirecionamento, como loopings ou excesso de redirecionamentos, sitemaps com URLs erradas, arquiteturas falhas, erros 404, são problemas que prejudicam fortemente a indexação de um site, levando o Google a descreditá-lo; e o caminho de volta raramente é curto.

Ponderando sobre a segurança da troca de URLs – maximizar a minimização de impactos negativos – o melhor caso é tentar realizar o redirecionamento 301. Se realmente for impossível (e impossível é diferente de difícil – o difícil pode, e deve, ser feito), então a segunda opção, hoje, é utilizar a Cross-domain Canonical Tag. A terceira opção, como método mais trabalhoso e menos efetivo, é todo o trabalho com conteúdo e meta refresh.

Por último, após realizadas as alterações e redirecionamentos com sucesso, o próprio Google recomenda que seja mantida a configuração por 180 dias pelo menos, para evitar transtornos e instabilidades. O caso perfeito é que seja mantido para sempre, mas, se não for possível, é importante tentar cumprir a recomendação do Google, ao menos.

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