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Microsoft Bing – Tomando Decisões

Por Frank Marcel

A Microsoft anunciou o Bing, seu novo buscador, como uma Decision Engine - Uma ferramenta de busca não para apresentar resultados, mas para ajudar as pessoas a tomarem decisões de compra e de informação. Mas como ela pretende fazer isso? A resposta pode estar em uma patente de março/09, quando a ferramenta ainda se chamava Kumo. Personalização de resultados pode ser o caminho?

Frank Marcel

Bing Microsoft

Estive pesquisando como o Bing, novo buscador da Microsoft, poderia ser uma Decision Engine, ou seja, um buscador para tomada de decisões, e encontrei um artigo sobre uma patente da Microsoft sobre como uma search engine pode entender a intenção de busca do usuário para oferecer resultados personalizados, personalizados para o usuário ou para a intenção de busca.

A patente é de março, quando o Bing ainda era chamado de Kumo, que poderia ser o novo nome do sistema de buscas da Microsoft, portanto, o Bing pode não trabalhar exatamente desta maneira, mas, no mínimo, assumiu uma derivação do que foi descrito na patente.

O nome (traduzido) da patente é Apresentando Itens de Resultado Baseados em Comportamento de Usuário, que sugere mais o caminho de personalização de resultados. O foco no comportamento do usuário é devido a crença de que, mesmo que 2 pessoas diferentes façam a mesma busca, é possível que elas tenham em mente diferentes tipos de resultados, ou seja, que elas esperem que diferentes tipos de resultados apareçam, ou em ordem diferente, ou com tipos de informações diferentes.

Seria como procurar simplesmente “próximos jogos da seleção brasileira” e esperar resultados, ou de jogos de futebol, ou de vôlei, dependendo da preferência de quem busca.

A Microsoft coloca, como papel de sua search engine, a função de ajudar o usuário a encontrar exatamente o resultado que procura e, para tanto, deve conhecer o histórico do usuário (experiência anterior de busca), buscas realizadas anteriormente e escolha de resultados nas buscas.

Então, ao realizar um conjunto de buscas em torno de um assunto (jogos do brasil, jogos da seleção, …) e escolher repetidamente o mesmo resultado a maioria das vezes (talvez não como primeiro clique, mas passar pelo mesmo resultado a maioria das vezes), então este é um resultado que deve sempre estar presente para este usuário e, provavelmente, se repetir em buscas semelhantes.

decision-ways

Além disso, a intenção da Microsoft é destacar este resultado com uma cor diferente ou posicionamento diferente para que seja rapidamente identificado pelo usuário. Para isso, o comportamento do usuário é analisado considerando:

  • cookie ou  login (uma foma de identificação do usuário)
  • termos de busca já utilizados anteriormente
  • resultados de busca ou uma representação dos resultados considerando os termos buscados
  • contagem de quantas vezes os resultados já apresentados foram selecionados

Talvez aí esteja a ajuda como ferramenta para tomada de decisões do Bing. A análise do comportamento do usuário, encaixando-o em um perfil e decifrando suas preferêcias. O único contra-ponto é que o histórico de buscas e resultados escolhidos também pode atrapalhar. Considerando o exemplo de jogos da seleção brasileira, quando for época de copa do mundo de futebol, provavelmente eu vou querer a tabela de jogos referente. Porém, quando o campeonato mundial de vôlei estiver em andamento, talvez esses sejam meus resultados preferidos.

O fato é que leva tempo para que o Bing aprenda quais são seus resultados preferidos, mas uma vez que seja feita uma personalização, os resultados das buscas do usuário tendem a agradá-lo mais. Outro detalhe é que se eu vejo sempre o mesmo conjunto de resultados, ou uma pequena variação deles, eu posso perder diversas outras informações de resultados diferentes dos meus. O que você acha? Personalização ajuda na tomada de decisão? Ajuda a tomar a melhor decisão? Até a próxima!

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Comentários
  1. Avatar

    Excelente artigo Frank. Você abordou um tema muito bom já que a Microsoft fica falando que o Bing é um Search Engine de Tomada de Decisão.

    O importante é conscientizar que o sistema só fica melhor ao ser constantemente utilizado.

  2. Avatar

    Gostei do texto. Bem escrito. Referência para todos.

    “Personalização ajuda na tomada de decisão?
    Ajuda sim. independente de qual decisão se tome.

    “Ajuda a tomar a melhor decisão?”
    Não creio.
    Decisão é algo mais que jogar dados.

    Um bom dia a todos.

  3. Avatar

    Não vejo uso de histórico de buscas como o fator crucial para a ferramenta ser chamada de “decision engine”. A decisão que a Microsoft chama é “decidir que câmera fotográfica comprar”, já que uma das premissas do Bing é mostrar reviews, preços e opiniões já nos resultados da busca.

    Como Silvio Meira, falou nesse post (http://smeira.blog.terra.com.br/2009/05/30/bing-muda-o-que-no-universo-de-busca/) “a empresa vai apontar bing para quatro alvos: tomar decisão de compra [e comprar de dentro do próprio bing]; planejar uma viagem [decidindo para onde ir e onde ficar e, a partir daí, como…]; pesquisar uma condição de saúde [e, quem sabe, decidir marcar um médico e comprar um remédio…]”

    E eu não sei se entendi errado, mas achei q o tom do artigo deu a entender que essa personalização por histórico de buscas e perfil de usuário é uma grande novidade. Porque não é.

  4. Avatar

    @fabio: obrigado! Outro ponto triste é que não vemos essas novidades no Brasil. Resta esperar.

    @antonio: valeu pelo comment!

    @ícaro: concordo contigo e com o antonio. A personalização não é a chave para ser uma Decision Engine e também não é novidade. O Google trabalha com personalized search já há algum tempo.

    Inclusive, o Google Suggest também trabalha com histórico e perfil de grupo de usuários.

    A questão é que para o Bing melhorar seus resultados, ele precisa ser testado e usado com intensidade, o que é a grande vantagem do Google.

    Valeu pelo comment!

  5. Avatar

    Olá caso o bling consiga realmente alcançar este grau de “inteligência”na minha opinião, sim ele passaria a ajudar mais nas tomadas de decisão, porem acredito que isso teria que ser feito considerando loguim e não cookie pois vários usuários podem usar a mesma maquina alem de muitos usuários apagarem os cookie.

    Outra coisa casso isso vire uma realidade como o trabalho de Seo se encaixaria ai?Ele deixaria de existir?Ou se tornaria mais necessário pois os sites e blogs teriam que estar mais preparados para os buscadores entenderem seu conteúdo de uma maneira correta para continuarem tendo muitas impressões?

    Muito Boa matéria.Parabens.

  6. Avatar

    Olá Henrique! Gostei do comentário!

    Acredito que antes de pensar em cookie ou login, o Bing precisa, como o Fábio e eu falamos, de muito uso. É preciso que as pessoas realizem milhões/bilhões de buscas ali, para que seja possível entender o comportamento delas e ajudar na tomada de decisão.

    Não acredito no fim do SEO. Assim como as Search Engines evoluem, o SEO também vai evoluir como estratégia para aparecer bem nos resultados de busca.

  7. Avatar

    Henrique eu creio que o trabalho dos profissionais de SEO seja em posicionar os websites para que novas pessoas, que ainda não sabem nada/pouco do mercado que pesquisam obtenham os resultados da sua empresa. E é claro, cada vez mais a qualidade do conteúdo influencia já que, o usuário só voltará ao seu site (ou irá clicar no resultado para o seu site) se ele gostar do conteúdo.

  8. Avatar

    @Frank Marcel : Concordo com você que para que este sistema funcione teria que ser criada uma imensa base de dados para cada usuário.E também não acredito no fim do trabalho de SEO, acredito que cada vez mais este serviço seja essencial para as empresas.

    @Fábio Ricotta:Concordo plenamente com a sua opinião.

  9. Avatar

    “Outro detalhe é que se eu vejo sempre o mesmo conjunto de resultados, ou uma pequena variação deles, eu posso perder diversas outras informações de resultados diferentes dos meus.”

    Esta parte que me preocupa mais. Como um usuário assíduo do google, estou acostumado a apresentação dos resultados por relevância. Se é relevante eu considero importante – e não necessariamente útil – para mim e ponto final.

    Testarei o bing por um tempo. Veremos…

    Parabéns pelo artigo

    @juliobitencourt

  10. Avatar

    Muito bom artigo!

    Acho que esse é um caminho que os buscadores naturalmente irão seguir daqui pra frente: basear mais e mais os seus resultados de acordo com o usuário. A Microsoft já vem tentando integrar diversos serviços em um só usuário e acho que de certa forma pode até largar a frente.

    Mas será que eu como usuário quero sempre receber os resultados com base no que eu gosto? Não quero conhecer nada novo?

    Abs.
    Ricardo

  11. Avatar

    Eu ia comentar esse post, mas preferi fazer um post no meu blog, pois o comentário estava grande demais.

    Aqui vai: http://www.cafetecnologico.com/2009/06/17/das-decisoes-da-vida-online/

  12. Avatar

    @Julio: só gostaria de lembrar que o Bing, a princípio, não está 100% ativo no Brasil. Ele ainda está muito mais Live+MSN do que Bing. Mas é bom acompanhar.

    @sobre: se como usuário você já pensa nisso, como desenvolvedor, os programadores da Microsoft também devem pensar e devem ter alternativas transparentes ao usuário.

    @Fabiano: interessante o ponto de vista. Realmente a maior jogada da Microsoft foi essa, voltar para o jogo sem dizer que vai bater de frente com o Google, mas explorar um novo campo, ainda que “novo” campo…

  13. Avatar

    Muito interessante a abordagem, creio que esse lance de personalização de busca acabe atrapahando um pouco, pois hoje eu posso estar interessado em um determinaodo assunto e buscar coisas sobre tal, mais daqui a alguns meses meu foco de busca vai ser outro aí até o sistema se “adaptar” a minha mudança de “direção” eu perdi muitos resultados que poderia ser relevantes…

  14. Avatar

    É verdade, Leonardo! Por isso, acredito que seja provável que o Bing não fique focado nisso, mas apenas destaque os resultados que você mais visitou em uma pesquisa, ao invés de popular os resultados somente com os resultados que você já visitou antes.

  15. Avatar

    Parabéns pelo artigo, Frank.
    O Google já vem utilizando este conceito experimentalmente em suas buscas faz algum tempo.
    Um fator que pode atrapalhar este tipo de busca é que em muitos lares só existe um computador disponível com 2 ou mais usuários utilizando mecanismos de busca de acordo com seus próprios interesses. A não ser que cada usuário entre com o seu próprio login toda a vez que se conectar (algo pouco próvavel para um usuário doméstico).
    Pelo que tenho visto, o algoritmo do Bing ainda é o do finado Live Search (pelo menos para as palavras-chave que tenho feito monitoramento constante nas últimas semanas). Espero que eles atualizem isso logo pois gostaria de ver alguém cutucando o Big G…

  16. Avatar

    Olá Claudio!

    Pelo que percebi, no Brasil, a base de resultados do Bing é herança do Live/MSN mesmo. Nos EUA a história está diferente e o Bing está sendo bem recebido.

    A Microsoft vai ter que investir muito ainda para incomodar o Google.

  17. Avatar

    Gostei do post! Esta maneira de filtrar as buscas já faz parte da web 3.0 ?

  18. Avatar

    Interessante o fato de ser personalizado, mas aí vai dificultar aos webdesigners saber se o trabalho está sendo eficiente, pois os resultados vão variar de pessoa para pessoa…

  19. Avatar

    @Sérgio: ou isso, ou é o reflexo da web 2.0 mesmo.

    @Alexandre: a personalização deve entrar como um diferencial mais pesado, mas não deve tomar conta dos resultados, não sem a escolha prévia do usuário. Não faz muito sentido.

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